SÍNTESE: CRISE HÍDRICA & EVENTOS EXTREMOS & ENERGIAS RENOVÁVEIS

Se pudéssemos concentrar toda a água existente no nosso planeta numa esfera, ela teria um diâmetro aproximado de 1.400km, ou seja, um pouco mais de 10% do diâmetro da Terra (12.740 km), isto considerando o total das águas superficiais, subterrâneas e oceânicas. Menos de 3% do volume total de água no planeta Terra é água doce. E ela está concentrada principalmente em locais de difícil obtenção, como as calotas polares e as profundezas do solo. A água doce disponível em rios e lagos representa apenas 0,3% da água doce do planeta. Isto é, menos de um 1% do volume total de água.

A disponibilidade de água está sendo reduzida pelo seu uso e distribuição ineficientes, particularmente pela devolução ao ambiente de águas poluídas que podem reduzir drasticamente a qualidade dos rios, lagos e reservatórios subterrâneos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que, em 2025, 1 bilhão de pessoas no mundo não terão água potável para consumo. Ainda, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) adverte, por exemplo, que a falta de água e sua sobre-exploração podem incrementar o risco de conflitos violentos e a instabilidade de estados e nações.

O desenvolvimento de economias emergentes como o Brasil vem acompanhado do crescimento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) pela queima de combustíveis fósseis, devido ao aumento da demanda de energia, e promove processos predatórios de recursos naturais preciosos, como a água. O Brasil, apesar de contar com mais de 12% da água doce do planeta, a maior parte desse volume encontra-se na Região Norte, na Bacia do Amazonas, enquanto que as regiões Sudeste, Nordeste e Sul, que concentram a maior parte da população, têm acesso a menos de 20% da disponibilidade de água do país.